Em 2003 fiz a minha primeira viagem fora da Europa. Destino, sudoeste asiático; país, Vietname. Já tinha feito uma viagem para fora da Europa em 1966 com destino a Angola para combater injustamente os movimentos de libertação. Tal como nós no passado, lutámos pela nossa independência com o Reino de Castela. Nasci em 1944 e a II Guerra Mundial marcou me a infância e a juventude. Acabei por me interessar por tudo! A curiosidade foi um terreno que lavrei, cultivei e colhi um certo inconformismo. Inquietação que ainda hoje me alimenta. Nos anos 50 a 70 a Indochina/Vietname foi sempre um tema quente nos noticiários. A minha curiosidade levou-me a devorar livros, os quais me elucidaram sobre a vida. Assim li vários livros que estavam proibidos pelo Estado Novo, o célebre lápis azul da censura. Li, "Vietname a chacina de mylai", de John Sack; "Vietname da resistência à vitória", do General Vo Nguyen Giap; "Acuso", de Jean Paul Sartre; "Crimes de guerra no Vietname", de Bertrand Russel. Como se conseguia arranjar livros proibidos? As editoras na sua função, forneciam os livros para as livrarias, o SNI (Secretariado Nacional da Informação) que tutelava a censura, por sua vez enviava às livrarias uma circular onde mencionava os livros que não podiam ser do conhecimento público. A partir daí, o controlo deixava de existir e assim alguns livros passavam a malha da censura. A livraria Boa Leitura, na Av. Almirante Reis perto do Areeiro, fintava a censura. Entrava-se na livraria e não estando ninguém no estabelecimento, perguntava-se ao empregado/dono se tinha alguma coisa de jeito para ler. Estava dito o código, assim era aberta a porta do interior e o acesso ao caixote onde estavam os livros que a censura tinha proibido mas que já não controlava. O código passava entre amigos. Mas voltando a viagem e após tantos anos de sofrimento e guerra, pensei haver muita animosidade com a Europa e os EUA. A guerra da Indochina/Vietname terminou em 30 de Abril de 1975. Corri o Vietname de norte a sul numa viagem aventura organizada pelo Fernando Brioso. De Hanoy a Ho Chi Min, e em todos os lugares visitados e pessoas contactadas, encontrámos sempre um sorriso, as fotografias demonstram-no. Os dias passádos na montanha e na selva foram experiências fantásticas. Quando terminavamos as caminhadas, as pessoas nos sítios onde pernoitavamos foram sempre hospitaleiros. Momentos de alegria, inesquecíveis e ficando para sempre na minha memória. As fotografias que vos deixo serão suficientes para transmitir o meu sentir?
Todas as fotos foram tiradas em 2003 com camaras analógicas (mecânicas) As fotos a cor são, diapositivos digitalizados (slides)
Vietname-Memórias da guerra
Dias em caminhada pela montanha
Baia de Halong
Diversas actividades
Os alojamentos na montanha, não podia faltar a "casa de banho"
Guias para a visita aos tuneis Cu Chi Alguns guerreiros!doutra guerra...
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